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NEC
18 dez 2025

Mobilidade e transações digitais: redes resilientes moldam o futuro dos negócios

O desenvolvimento de redes cada vez mais rápidas e interligadas tem apoiado a evolução dos modelos de pagamento para empresas e consumidores. 

 

A cada edição do Conexões, a NEC reúne líderes, especialistas e inovadores para debater o que realmente está moldando o futuro da tecnologia, dos negócios e dos serviços públicos. Mais do que um evento, o Conexões se tornou um espaço de troca estratégica, onde tendências ganham profundidade, desafios são analisados sob diferentes perspectivas e surgem caminhos concretos para transformação digital com impacto real.

Confira tudo o que aconteceu no encontro mais recente de líderes do mercado e especialistas da NEC. 

Boa leitura!

 

A economia digital exige que plataformas de mobilidade, pagamento e serviços operem em tempo real, dentro dos mais rígidos padrões de alta performance, inteligência e segurança. A operação suave de serviços e produtos é fundamental na nova sociedade hiperconectada: transações são feitas aos milhões por minuto e a operação fluída de superapps, estruturas urbanas, aplicativos financeiros, atendimento a consumidores, etc exigem plena disponibilidade, com segurança e eficiência, 24 horas por dia, sete dias por semana.

Neste contexto, as redes de alto desempenho são os pilares para assegurar as operações em tempo real e escaláveis nos diversos segmentos de negócio. A importância da base representada pelas redes cresce ainda mais, se levarmos em conta que as aplicações modernas requerem cada vez mais poder de processamento, com base em IA, um pilar que hoje é fundamental para o desenvolvimento dos negócios.

As redes devem entregar padrões rígidos de funcionamento “ponta a ponta”, com base nos mais modernos parâmetros de observabilidade e proteção - é a partir delas que, cada vez mais, será estruturado o futuro competitivo do mercado. 

Em mais um evento da série “Conexões”: Negócios em tempo real: mobilidade e transações digitais com inteligência escalável, que contou com o apoio da NEC e da Rádio Eldorado, executivos de destaque se reuniram na Japan House, no último dia 11 de setembro, para debater a importância das redes na operação e também no desenvolvimento de produtos e serviços altamente escaláveis e inteligentes, estimulando a competitividade no mercado e fazendo girar a economia com base na tecnologia, em um futuro cada vez mais movido a IA.

 

 

O painel contou com a participação de Carlo Gonçalves, founder e COO da Greenpass e VP da Abepam (Associação Brasileira das Empresas de Pagamento Automático para Mobilidade); Daniel Elidio, vice-presidente de Tecnologia da Fiserv no Brasil; Renier Souza, CTO da Cisco Brasil; e Roberto Murakami, vice‑presidente de Redes e Telecom, NEC na América Latina

Os especialistas destacaram a importância de os negócios contarem com infraestruturas que sejam resilientes e observáveis, com o apoio de inteligência artificial para prever problemas de forma pró-ativa e manter a continuidade dos serviços digitais em grande escala, destacando o papel essencial da observabilidade ao longo de todo o ecossistema de redes - da conexão no dispositivo à resposta dos serviços, passando pela circulação e processamento de dados e informações.

 

Mobilidade, conectividade e tags

Carlo Gonçalves, da Abepam, associação que representa diversas empresas que oferecem serviços de pagamentos instantâneos via tags, falou sobre como a conectividade constante é essencial para a confiabilidade e praticidade dessa operações em tempo real em pedágios, estacionamentos, postos de combustível e outros locais. 

“Uma série de revoluções tem acontecido no nosso setor. Eu represento aqui as empresas associadas da Abepam, como Sem Parar, Conectcar, Move Mais, Veloe, Taggy, e temos estado no centro desse furacão. Começamos oferecendo soluções de pedágio, depois estacionamento, abastecimento e hoje abraçamos uma ampla gama de serviços de mobilidade", explica.

“Você sai do seu condomínio, você vai abastecer, você pega a estrada, você para no estacionamento, você aluga um veículo, você utiliza transporte por aplicativos, você contrata seguros, você utiliza drive-thru, você utiliza lava rápidos e tudo isso hoje é suportado por apps de mobilidade, super apps fornecidos por essas empresas, seja em aplicativos próprios ou em aplicativos de terceiros no modelo white label", comenta o executivo, sobre o cenário do ecossistema de serviços.

A tecnologia de identificação presente nas tags, explica Gonçalves, funciona com antenas que energizam chips via ondas eletromagnéticas, permitindo validação quase instantânea - daí a importância central das redes, pois se trata de uma tecnologia que exige alto desempenho e precisão na identificação.

“São antenas emitindo ondas eletromagnéticas que são capazes de conectar com um chip e estabelecer uma comunicação que ocorre na velocidade da luz, e você tem um ponto de identificação com dezenas de leituras. Estando em um posto de combustível, por exemplo, são centenas de vezes em que o veículo é identificado", explica. 

“Então você passa em uma barreira óptica de laser numa praça de pedágio, você tem sensores que contam o número de eixos, e tem ali um metro e meio, mais ou menos, para fazer uma liberação de um veículo em velocidade, mais ou menos 100 milissegundos, e a cancela deve ser aberta dois segundos depois. Isso exige tecnologia de ponta, que tudo esteja funcionando e total conectividade".

Outras modalidades de serviços lastreadas em redes de alto desempenho também vêm ganhando espaço no setor, segundo o executivo.

“Hoje já trabalhamos com identificação de placas com Bluetooth, com NFC, com QR Codes - uma série de tecnologias usadas para suportar cerca de 15 milhões de usuários que já utilizam esses serviços. Quando a gente fala em 100% de conectividade, a gente começa a pensar em outros modelos como compartilhamento da localização do usuário, por onde ele passou, etc. Existem dados pessoais, como dados cadastrais, mas o usuário tem muito mais dados que podem ser compartilhados”.

Neste cenário, abre-se a possibilidade de criar novas modalidades de serviços, evidentemente baseados em conectividade de alto fluxo e total desempenho.

“Temos por vir os novos protocolos como veículos V2X (no qual o veículo conversa com a infraestrutura, com semáforos, com placas de trânsito e outros elementos), com outros veículos, carros conectados, EVTOLs (carros voadores de decolagem e pouso verticais. Então, tem uma série de coisas para acontecer aí no mercado de mobilidade daqui para frente", aponta Gonçalves.

 

Pagamentos digitais e necessidade de redundância

Daniel Elidio, da Fiserv, comparou a infraestrutura de pagamentos ao corpo humano: a forma de operar deve ser constante e invisível, sem interrupções. Ele lembrou que, apesar de parecer simples, cada transação envolve uma cadeia complexa - do lojista ao emissor, passando por adquirentes e bandeiras -, tudo em tempo real. Falhas de rede, perdas de conectividade ou questões de segurança não podem ocorrer, sob pena de frustração e perda de transações e negócios, resultando em prejuízos.

“Se o lojista não consegue pagar, se o e-commerce não consegue funcionar, você pode imaginar como isso se reflete, por exemplo, numa Black Friday, num dia das mães, num Natal em que todo mundo tem que estar conectado e pagando ao mesmo tempo. Então, se isso falha, é um caos", analisa. “É importante dizer que, embora pareça muito simples o método de pagamento, hoje em dia você coloca um NFC, pagou com cartão de crédito, pagou com celular, com relógio, com tag, todos esses modos de pagamento tem toda uma infraestrutura enorme por trás que depende de vários players”.

De acordo com Elídio, a redundância é fundamental para que tudo funcione sem atritos e as redes possam suportar toda a carga, mesmo nas datas mais importantes comercialmente.

"Vai desde a máquina de cartão ou do e-commerce, dali para o adquirente, o adquirente comunica com uma bandeira, a bandeira com o emissor, o emissor verifica se há fraude, verifica o cartão de crédito do cliente, se tem limite. Então, você pode imaginar que tudo isso está acontecendo em real time, está acontecendo com alta disponibilidade e com resiliência. A maneira que temos de garantir que esse tipo de operação sempre flua sem nenhum tipo de problema é com redundância”. De acordo com ele, mesmo invisível, a redundância permeia todos os pontos dessa cadeia da conectividade.

“Um exemplo disso é algo tão simples quanto o POS, a maquininha que a gente usa no dia a dia. Ela se comunica através de Wi-Fi, mas se o Wi-Fi cair ela tem 5G, 4G e consegue operar até em rede de baixa latência, ela opera também em 2G. Então, acho que o ponto crucial aqui é que a tecnologia é o backbone, ela é o que está por trás, mas o mais importante é que lá na ponta não pode falhar. Todos têm que pagar e confiar que aquilo simplesmente vai funcionar".

 

Observabilidade e conectividade

Renier Souza, da Cisco, apontou que a observabilidade das redes vai além do monitoramento tradicional dessas estruturas, e ela tem uma importância estratégica na detecção e resolução proativa de anomalias em serviços críticos em tempo real. 

Ele reforçou o que chamou de “centralidade da conectividade”, comparando-a ao ar: sem respirar não se sobrevive, e sem conectividade também não. Ele observa que, hoje, ao acordar, muitas pessoas pegam o celular antes mesmo de comer, ilustrando a dependência cotidiana desse recurso.

O executivo lembrou que, no passado, a infraestrutura era simples: um computador ligado por cabo a um servidor, com algumas aplicações. “Hoje, porém, os usuários estão em múltiplos dispositivos e as aplicações estão espalhadas globalmente. Isso muda o conceito de monitoramento: não basta checar se há conexão, é preciso avaliar a qualidade da experiência do usuário", destacou. “Então, o conceito de observabilidade, basicamente, é você monitorar a experiência do usuário. Ou seja, além de você estar conectado, você precisa de qualidade para isso”.

De acordo com Souza, o conceito passa por monitorar coisas que não são controladas diretamente pela provedora dos serviços.

“Por exemplo, existe o seu aplicativo e um sensor. No meio, há uma rede - 5G, Wi-Fi, internet, qualquer coisa que seja. Você não controla nada disso, mas isso afeta 100% a sua reputação. Quando algo não funciona, o usuário pode culpar a rede. Então, no que nós investimos? Em plataformas onde você consegue olhar a experiência fim a fim do usuário. Ou seja, desde que você saiu do seu celular, para onde você foi, quanto tempo você perdeu em cada lugar”.

Ele trouxe ainda outro exemplo. “Você tenta abrir uma página e, de repente, a página leva 20 segundos para abrir. Por quê? Porque um dos componentes do cantinho da página era um videozinho que não foi otimizado. Quem vai levar a culpa? Você. Então, você precisa saber disso, precisa tomar uma ação. Certo? E, na nossa geração, o cliente quer que o problema seja resolvido sem ele tomar conhecimento. Então, a ideia da observabilidade é essa, que você tenha proatividade".

Além disso, é fundamental, de acordo com Souza, avaliar a percepção externa do serviço. “A Cisco, por exemplo, mantém mais de 8 mil sensores em datacenters e regiões globais que simulam acessos para medir a experiência real de usuários em qualquer lugar. Essa abordagem permite detectar falhas que podem ter origem em operadoras, backbones ou antenas locais e agir rapidamente”.

 

Ferramentas, métricas e desafios do 5G e IoT

Roberto Murakami, da NEC, reforçou que, nos bastidores, a rede é a base para que negócios funcionem, sejam pagos e monitorados. Com a chegada do 5G e da IoT, as arquiteturas mudaram radicalmente: deixaram de ser centralizadas para se tornar distribuídas, com decisões e processamento acontecendo cada vez mais na ponta, para viabilizar operações em tempo real.

Ele contrasta o passado – em que logs eram coletados por um mês e analisados depois – com o presente, em que decisões precisam ser tomadas em minutos para evitar falhas em pagamentos ou problemas em pedágios.

 

 

As ferramentas tradicionais de monitoramento ainda existem, mas precisam ser atualizadas para processar dados de diferentes origens. Antes o que você tinha eram centrais de processamento unificadas. Agora, a decisão, o processamento, ele precisa ir cada vez mais na ponta para você ter o tempo real, as decisões em tempo real. O 5G e a IoT exigem ferramentas específicas, capazes de lidar com essas novas demandas

Roberto Murakami,  vice‑presidente de Redes e Telecom, NEC na América Latina

 

 

Isso exige, segundo ele, que as ferramentas de observabilidade também evoluam na mesma medida.

“Todo esse movimento que vemos hoje está modificando a arquitetura de rede. E o que acontece com as ferramentas? As ferramentas também precisam se modernizar. A gente tem ferramentas tradicionais de monitoração de infraestrutura, de performance, coleta de logs. Mas o que precisa ser feito? Você precisa usar ferramentas que capturam isso dos mais diversos meios e trabalha isso praticamente em tempo real. Essa é a dificuldade ou é o desafio agora".

Outro ponto crítico, afirma o executivo da NEC, é a segurança: a verdadeira explosão de dispositivos conectados amplia a superfície de vulnerabilidade. Como os processamentos estão distribuídos, proteger cada ponto da rede se torna indispensável. 

“A questão da segurança é muito importante em se falando de IoT. É uma vulnerabilidade a mais que você tem na rede. Como os processamentos são mais distribuídos agora, você vai precisar de proteção, porque a quantidade de dispositivos entrando na rede é muito grande. E com isso, você precisa de mais proteção".

 

Leia mais: Observabilidade: A chave para construir redes e aplicações resilientes

 

Observabilidade aplicada na prática

Carlo Gonçalves, da Abepam, explicou como a associação trabalha em conjunto com fornecedores de infraestrutura para garantir disponibilidade total dos serviços de pagamento e mobilidade em tempo real via tags. 

Conforme ele, o conceito da observabilidade não se limita à própria infraestrutura, sendo preciso também monitorar parceiros e prestadores de serviços. "Nós temos que estar conectados com concessões rodoviárias que estão em todo o País, com milhares de estacionamentos, com milhares de postos de combustível, com totens de autosserviço, com serviços de assistente virtual baseado em inteligência artificial, canais de atendimento diversos e também com diversos parceiros de serviços de mobilidade", exemplifica.

“Mobilidade é algo que exige especialização. Então você tem quem trabalha com a bike, quem trabalha com o patinete, quem trabalha com o veículo por locação. Você tem uma série de especialistas que precisam ser, de alguma forma, reunidos para tornar realmente a mobilidade mais simples para o usuário. Porque senão você tem ali uma dezena de serviços distribuídos e não integrados. E nessa missão de monitorar, de observar, você tem que ser capaz de observar se o equipamento do teu parceiro está funcionando bem”.

Ele cita os estacionamentos, nos quais é necessário saber se o terminal de entrada está ativo, ou as praças de pedágio, onde as antenas das concessionárias precisam estar operando corretamente. 

“Hoje, já é possível obter informações de cada pista em até dois minutos, graças a protocolos modernos de comunicação. Algumas concessionárias ainda usam sistemas antigos baseados em troca de arquivos, o que dificulta a operação”.

Pensando na experiência do cliente, o executivo da Abepam ressalta que as praças de pedágio são projetadas para operar de forma autônoma, mesmo sem conectividade, evitando colapsos em situações críticas como uma queda de energia em datas de grande fluxo. “Para isso, usam-se sistemas capazes de autorizar transações offline por meio de pré-autorização, sem depender dos meios tradicionais de cartão".

Ele reforça que a observabilidade é essencial não apenas da própria infraestrutura, mas também da de parceiros, já que qualquer falha recairá sobre a empresa diante do cliente. “Afinal de contas, se tiver uma falha numa máquina, num ponto de entrada desse, a culpa vai ser sua. Embora não seja, você tem que assegurar o serviço até mesmo garantindo a disponibilidade dos seus parceiros”.

 

Leia mais: 5G e Transformação Digital: como as grandes corporações aproveitam a conectividade para inovar

 

Complexidade das transações PIX e riscos de segurança

Dados trazidos pelos clientes, aliados à observabilidade das redes, ajudam a garantir serviços estáveis 24/7 sem falhas, de acordo com Daniel Elidio, da Fiserv, empresa que também envolve seus próprios fornecedores e clientes nesse processo. 

Elidio cita o PIX e a operação da plataforma Hub PIX da Fiserv, que conecta diferentes PSTIs (Provedores de Serviços de Transferência Instantânea) - operação crítica que deve ser completamente permeada pela observabilidade das redes.

“A transação vai nascer em um adquirente que não necessariamente é um adquirente da Fiserv, vai passar pela estrutura da Fiserv, que é um Hub, vai se conectar com o PIX do cliente, com o PSTI do cliente, que pode ser de qualquer banco que ele trabalhe", enumera.

“E no meio do caminho aqui, a gente está falando que tem rede móvel, que tem roteador, que tem firewall, que tem rede física, que tem proteções para garantir que não haja nenhum tipo de ataque, que é uma das grandes preocupações. Tem tudo isso acontecendo ao mesmo tempo, e tudo sendo feito por players que estão trabalhando de forma, às vezes, até assíncronas, o que aumenta a complexidade. Não são players que estão conectados, necessariamente, em real time", explica o executivo.

Isso significa, confirma Elidio, que hoje em dia "não basta olhar para o seu sistema e falar que ele está funcionando, pois isso é pobre, é pouco, e não é o suficiente para garantir realmente o funcionamento de algo que tem essa complexidade”.

"No fim do dia, sem tudo isso que a gente está falando de observabilidade, fica um jogo de ‘eu vou culpar o amigo’, mas foi algo que falhou no meio do caminho. Não importa, porque no final do dia o cliente que estava querendo pagar com PIX, dando esse exemplo, e não  pagar com PIX, acabou sendo impactado".

 

A segurança como prioridade e o papel da observabilidade

Como empresas podem adotar uma abordagem de segurança de rede que integre observabilidade e inteligência artificial? A segurança é preocupação central nos negócios hiperconectados, já que ataques e falhas não podem ocorrer em ambientes críticos.

Renier Souza, da Cisco, explica que, em situações de crise, as primeiras horas geralmente são desperdiçadas em disputas entre áreas tentando provar que não são responsáveis pelo problema. “Isso mostra a importância de mecanismos de observabilidade para mitigar ameaças com agilidade. E é a inteligência artificial que vem transformando profundamente o mercado de segurança”.

Porém, de acordo com o executivo, essa realidade representa uma dualidade perigosa, já que, lembra ele, atacantes também se beneficiam de IA, explorando brechas de forma automatizada. “Tem alguém lá que está percorrendo todas as formas possíveis para ver se encontra alguma brecha de segurança, e não é mais um monte de gente fazendo isso. Hoje isso é automatizado”.

Desta forma, destaca Souza, o setor de segurança deixou de ser visto como “aventura” para se tornar um negócio financeiro, movido por resultados. Muitas empresas acumulam dezenas de soluções de segurança que funcionam bem isoladamente, mas a dificuldade está em correlacionar dados de todas elas durante incidentes. 

“Primeiro, você precisa se proteger, e para isso o conceito de observabilidade é importante, porque você pega informação de várias coisas e chega uma hora que você precisa fazer uma coisa chamada correlação, alguém precisa olhar tudo isso".

O enorme volume de informações geradas por uma empresa como a Cisco, especializada em redes, gera em clientes e no mercado, afirma o executivo, uma esperança de que todos os dados possam ser integrados em sistemas mais robustos de análise, monitoramento e proteção. 

"Nós construímos a internet, construímos as redes de vocês, nós temos servidores, aplicações, etc. Todo mundo está gerando informação. E é sempre aquele sonho, quando vocês vão unificar tudo isso? Decidimos enfrentar essa fragmentação investindo US$ 27 bilhões na aquisição da Splunk, buscando integrar informações próprias e de terceiros, cruzando variáveis que permitam identificar ataques ou problemas de performance que impactam diretamente a segurança", comenta.

“Fizemos essa aquisição  para que nós conseguíssemos alguém que olhasse para todo o nosso portfólio e para tudo que não é nosso. E para todos os meios que não são nossos também. E em cima disso, para ganhar o quê? Correlação. Porque uma má performance numa aplicação pode estar diretamente ligada a um problema de segurança. Seja um ataque DDoS numa operadora, seja algum ataque dentro da sua infraestrutura”.

Renier lembra que inteligência artificial é, em essência, programação – não há autonomia sem instruções prévias.

“Portanto, é fundamental programar respostas automáticas para eventos específicos, reduzindo o tempo de reação. Contudo, surge um desafio adicional: a própria IA passa a ser alvo de ataques. 

“Modelos de machine learning, caros de treinar e manter, podem ser envenenados ou manipulados para dar respostas incorretas. Isso gera riscos para empresas, incluindo violações de LGPD ou problemas reputacionais, já que respostas inadequadas de agentes autônomos recaem diretamente sobre a companhia que os disponibiliza", aponta.

Conforme Souza, o perigo de manipulação de modelos pode ser ilustrado com exemplos em que, mudando a forma da pergunta, atacantes conseguem obter respostas que deveriam ser bloqueadas.

“Isso reforça a necessidade de proteger os modelos de IA tanto quanto os dispositivos e redes. A solução envolve a adoção de “guard rails”, limites programados que estabelecem até onde a IA pode ir. Assim, empresas conseguem evitar que agentes autônomos forneçam respostas comprometedoras ou indevidas aos usuários".

Em resumo, de acordo com o executivo da Cisco, o tema da segurança exige automação constante, uso de IA para defesa e, ao mesmo tempo, a proteção da própria IA. “A palavra-chave nesse processo é correlação: conectar variáveis e extrair insights confiáveis em meio ao excesso de informações gerado pela observabilidade. Utilize IA para se proteger e proteja a sua IA também".

 

Observabilidade: como otimizar os processos de TI com inteligência

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