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NEC
29 out 2025

A transformação da mobilidade urbana: uma visão tecnológica

*Por Mario Canziani, publicado originalmente em Canal AR

A mobilidade tornou-se um aspecto fundamental do desenvolvimento urbano contemporâneo, e o papel da tecnologia é decisivo para enfrentar os desafios que ela impõe. Segundo as projeções da ONU em seu relatório Visualizando o futuro das cidades (2022), o mundo experimentará um crescimento populacional concentrado nas áreas urbanas, o que aumentará significativamente tanto a superfície quanto a densidade populacional das cidades.

Esse crescimento se distribuirá de forma desigual: os países de baixa renda enfrentarão um aumento de 141% na superfície urbana; os de renda média-baixa, de 44%; os de renda alta, de 34%; enquanto os de renda média-alta apresentarão uma variação menor, próxima de 13%.

Esse panorama traz consigo múltiplos desafios que precisam ser enfrentados com soluções tecnológicas e de gestão. Entre eles, destacam-se a maior demanda habitacional em espaços limitados, a necessidade de um planejamento territorial eficiente, a adaptação da infraestrutura de serviços à crescente demanda e, sobretudo, a criação de sistemas de transporte que facilitem a mobilidade das pessoas.

Diante disso, surge a necessidade de implementar políticas de mobilidade sustentável apoiadas por tecnologias inovadoras. A priorização do transporte público, por exemplo, requer investimentos em infraestrutura dedicada e em veículos de zero emissão, garantindo uma oferta de serviço que seja uma alternativa viável e atraente para o exercício da cidadania.

Ao mesmo tempo, o incentivo à micromobilidade — com bicicletas e novos veículos elétricos leves — baseia-se em plataformas digitais que facilitam seu uso compartilhado, rastreamento, segurança e eficiência. Isso torna necessário proteger os usuários mais vulneráveis por meio da criação de espaços exclusivos de circulação, como ciclovias, e da fiscalização efetiva para evitar sua ocupação indevida.

Apesar dos avanços na mobilidade sustentável, o veículo particular com motor de combustão interna ainda mantém uma participação predominante no transporte urbano. Paralelamente, surgiram novos comportamentos no trânsito que exigem controle específico, influenciados por fatores como a segmentação das vias para diferentes modos de transporte e o uso massivo de smartphones ao dirigir.

Somente por meio da automação da fiscalização é possível garantir um controle efetivo e, ao mesmo tempo, gerar dados de alto valor para o planejamento urbano. A coleta de informações sobre as escolhas de mobilidade dos cidadãos permite identificar padrões reais de demanda — informação crucial para avaliar se a infraestrutura dedicada atual é adequada aos níveis de uso observados nos diferentes modos de transporte. O planejamento baseado em dados possibilita modelagens mais precisas, simulações de impacto e o desenvolvimento de políticas públicas fundamentadas em conhecimento verificável, e não em estimativas abstratas.

A atual transformação urbana exige uma abordagem integral, na qual a tecnologia atue como espinha dorsal das decisões. Desde os sistemas inteligentes de fiscalização e monitoramento até as plataformas de análise de dados para o planejamento, as cidades do futuro deverão ser sustentáveis, seguras e eficientes, capazes de antecipar e responder às mudanças demográficas. O sucesso dependerá da capacidade de gerar e analisar informações para otimizar a infraestrutura existente e planejar investimentos futuros com visão tecnológica. Só assim poderemos garantir que a mobilidade urbana se torne um motor de bem-estar e desenvolvimento para as próximas gerações.

Mario Canziani: especialista em Cidades Inteligentes da NEC, na América Latina.

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